quarta-feira, 6 de outubro de 2010
“Uns me acharam corajoso e outros maluco...”, diz Rivair
O iporaense Márcio Rivair desafiou toda a lógica da cultura política e se candidatou, não para deputado estadual e sim, para deputado federal. No seu caminho de intensa caminhada atrás de votos, ele diz que ouviu do povo dois tipos de afirmações: um adjetivo positivo e outro negativo. Muitos o chamaram de corajoso, um adjetivo positivo para um sonhador desta terra, que desafia dificuldades e sem dinheiro vai à luta para conquistar seu espaço.
Outro adjetivo, nem tão positivo, foi de “maluco”, acreditando que ele estava numa luta inglória, sem fundamentação numa lógica, principalmente se considerar a cultura política reinante, onde só se ganha se tiver dinheiro e, muito dinheiro, além de apoios de lideranças nas cidades.
Márcio Rivair teve somente 948 votos em Iporá e 1.730 votos em todo Estado. Esta reportagem falou descontraidamente com ele. Vamos à entrevista:
Oeste Goiano - Como você avalia em linhas gerais o resultado?
Márcio Rivair - Realmente, tivemos poucos votos... A recepção dos eleitores era boa para nossa campanha e para nossas propostas, mas isso não apareceu nas urnas, infelizmente.
Oeste Goiano - O que faltou para o êxito na eleição?
Márcio Rivair - Nesta nossa primeira eleição percebemos que o dinheiro realmente é importante neste processo eleitoral. Nós não tínhamos... A cultura política é de que tem que realmente ter uma estrutura de campanha. O eleitor acaba não votando somente com base nas propostas.
Oeste Goiano - A campanha serviu para aprender muito?
Márcio Rivair - Sim. Andamos em 12 cidades. Vimos muita coisa e descobrimos, por exemplo, que em Iporá falta água tratada em certo local da Vila Brasília. Vimos a dificuldade de empresários que querem gerar empregos e riquezas e não possuem o apoio que precisam. Tudo isso é tarefa que um deputado eleito pela região poderia lutar, tendo todo conhecimento das dificuldades do povo.
Oeste Goiano - Você trabalhou em poucas cidades... Isso significa que nem mesmo se tivesse uma votação maciça nestas cidades, não seria eleito... Isso não é realmente uma aventura?
Márcio Rivair - Não, veja bem, a minha realidade era diferente... Eu trabalhei uma área de 60 mil eleitores e, no meu partido, o PHS e na minha coligação, cogitamos que seu eu tivesse 20 a 25 mil votos seria eleito. Isso acabou não acontecendo pois os demais da coligação acabaram não tendo também boas votações. Quando escolhi o cargo de federal foi porque tinha um vazio na região. Tenho certeza de que, de agora em diante, vai começar a ter os candidatos a deputado federal da região. Isso é bom. Precisamos de candidatos a deputados federais.
Oeste Goiano - Seu parceiro de dobradinha, o Frei Waldair, foi muito mal votado em Iporá, com 60 votos somente, isso também não ficou ruin?
Márcio Rivair - A votação dele acabou ficando ruim porque a minha também foi fraca. Imaginávamos que ele teria 10% da minha votação e acabou não acontecendo assim.
Oeste Goiano - E se a eleição ainda fosse acontecer e tendo essa experiência de agora, você tentaria de novo?
Márcio Rivair - Sim... Eu tentaria, mas claro que tem coisas que tem que ser feitas diferentes.
Oeste Goiano - E quanto ao futuro na política? Mais planos?
Márcio Rivair - Sim. Vamos continuar atuando. É a política que tem condições de mudar esta realidade que vivemos. Vamos continuar trabalhando e lutando por Iporá e região... (pausa).... Quem sabe a gente disputa uma eleição para prefeito em Iporá?...(risos)...
http://www.oestegoiano.com.br/site/index.php/component/content/article/4-de-baixo/3505-uns-me-acharam-corajoso-e-outros-maluco-diz-rivair-avaliando-eleicao
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